Por Samuel Almeida

Durante a pandemia do novo coronavírus, houve um aumento considerável do cicloturismo em Minas Gerais. A procura pela prática cresceu em basicamente todas as regiões. Considerando a variedade de paisagens do estado, a mistura de bicicleta com montanhas, vilarejos históricos e culinária local tem sido um sucesso.

Para Leônidas Oliveira, Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, trata-se de um fenômeno novo, que tem sido apoiado e fomentado pela secretaria.

O próprio gestor, tem se aventurado nas trilhas do estado para experimentar seu potencial. No último dia 17, ele participou da inauguração de uma nova trilha de cicloturismo do Estado, a Rota Túnel Rio Abaeté, com cerca de 70 km, na região do Alto Paranaíba. A nova rota passa por estradas vicinais da cidade, marcadas pela vegetação de Cerrado, túneis de mineração cavados no leito do rio Abaeté, a comunidade quilombola Maria Preta e locais onde pode se experimentar a culinária mineira.

Para a Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, a bicicleta deixou há muito de ser apenas um veículo e passou a representar uma importante aliada para o turismo, nos segmentos de ecoturismo, rural e aventura. A subsecretária de Turismo da entidade, Milena Pedrosa, conversou com a Rádio Real:

“É importante salientar que o cicloturismo tá dentro da segmentação turística do Reviva Turismo, observando o que está nas tendências pós-pandemia e de Minas Gerais a gente ter isso tão estabelecido com rotas clássicas, muita natureza, parques e uma exuberância e diversidade que a gente tem dentro do nosso estado. Temos várias políticas como um grupo de trabalho do turismo de aventura, que contempla o cicloturismo, a gente tem um edital, o Reviva Turismo, aberto que também pode contemplar a promoção da atividade, além de construção coletiva pra potencializar as atividades e o fomento do setor”.

Em 2020, o mercado de bicicletas viveu um momento especial no Brasil, registrando média de 50% de aumento nas vendas das bikes em comparação a 2019. E o primeiro semestre de 2021 aponta que o segmento continua em alta, registrando ainda mais vendas que no mesmo período do ano passado. Os dados são da Aliança Bike, que é a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas. Para eles, o que justifica esse aumento é a mobilidade e a busca por um esporte em que não há contato físico, além do uso delas como meio para realizarem entregas.

A demanda por atividades de ciclismo nas unidades de conservação estaduais administradas pelo Instituto Estadual de Florestas é crescente. Quem confirma isso é a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Hoje em dia, pelo menos dez Áreas de Proteção Ambiental e parques estaduais oferecem estrutura para receber os ciclistas.

Também tem havido trabalho para aprimorar a estrutura de trilhas nessas unidades. Com os percursos demarcados em meio às áreas florestais que permitem a passagem por bicicleta, os visitantes podem ter acesso a mirantes e cachoeiras. A prática do ciclismo nos parques está disponível aos visitantes o ano todo. Basta ir até uma unidade e informar aos funcionários o desejo de explorar as trilhas.

Entre os parques estaduais abertos à prática de cicloturismo, dois deles estão em Ouro Preto: o Parque Estadual do Itacolomi e o Parque Estadual Serra do Ouro Branco.